PRAÇAS

 

PRAÇA DA MATRIZ:

 

-         08/09/1832 - Largo da Matriz

-         1.869 – Largo do Rosário (Jardim Velho)

-         1.889 – Praça da República (Jardim Velho)

-         15/11/1900 – Inauguração do Coreto e Chafariz do Jardim Velho obra do construtor português radicado em Descalvado Joaquim Martins Pimenta;

-         16/04/1903 – Praça Barão do Rio Branco (Jardim Velho)

-         30/03/1933 - Praça Campinas

-         27/04/1941 - Inauguração do Coreto, obra do construtor Victório Belli

-         20/05/1948 - Praça Nossa Senhora do Belém.

-         1962 - Inauguração dos vasos luminosos

 

Praça do Comércio (Antigo Mercado Municipal) - 1877 (onde hoje é a Rodoviária)

Praça do Centenário  (Obelisco) - 07/09/1922

Praça Oito de Setembro  (Ginásio) - 14/12/1952

Praça Luciano Esteves (Fórum) - 1922

Praça São Benedito -  em 08/09/75 passou a chamar Prof. José Ramalho Gabrielli através de Decreto do Prefeito Tomás Vita.

Praça de São Sebastião - 20/01/1981 - Nova Praça São Sebastião

Praça Santa Cruz

            - colocação da Cruz das Santas Missões -  11/08/1958

Praça Santa Cruz das Almas - Bairro de Santa Cruz dos Operários

            - Construção iniciada em 1956 na administração do Prefeito Dr. Jayme Regallo Pereira, com a remoção dos túmulos do “cemitério velho”  para o mausoléu. No ano de 1964 foi construída a Capela pelo Prefeito Prof. José Ramalho Gabrielli.

            - Inaugurada em 8 de setembro de 1979 na Administração do Prefeito Mauro Benedito de Lima

Praça Dr. Octávio Gabrielli (Hospital) - 1978

Praça Rosa Nhanhareli Romantini (Vila Brasil) - 12/1987

Praça  Alva Hardie (atrás do Palácio do Povo)

Praça dos Motoristas (Próxima ao Ginásio de Esportes)

Praça Deolindo Zaffalon (Bairro Jardim Belém)

Praça Celso Aparecido Assoni (Novo Jardim Belém)

Praça Humberto Marcato (Jardim Paraíso)

Praça Luiz Celso Antonio (Jardim do Lago)

Praça Profª Regina Haleprian  Antunes ( Jardim Belém)

Praça da Saudade (Jardim Albertina-defronte o Cemitério)

Praça Ângelo Pinese (defronte o Ginásio de Esportes)

Praça Antonio da Conceição Vicente Adorno ( ao lado da CESP)

Praça da Bíblia (Parque Morada do Sol)

Praça Dr. Cândido Xavier de Almeida Souza (Bairro Bela Vista)

Praça Florência Maria de Jesus (ao lado da Estação Ferroviária)

Praça Joaquim de Oliveira Preto (Bairro Bela Vista)

 

CONTANDO O JARDIM NOVO (Conto de Luiz Carlindo Arruda Kastein, baseado em artigos de Gerson Álfio De Marco, Mário Joaquim Filla e Paulo Belli)

            O logradouro mais antigo de Descalvado, também foi o que mais recebeu denominações. Quando José Ferreira da Silva e sua mulher Florência Maria de Jesus, construíram a Capela em louvor a Nossa Senhora do Belém, o local com toda certeza recebeu o nome de Largo da Capela, depois Largo da Igreja e finalmente Largo da Matriz. Um nome simples, unicamente ligado à sua localização, perdurou por 90 anos, até que o Decreto nº 43 de 30 de março de 1933 do Prefeito Hugo Pereira de Abreu, alterou para Praça Campinas. O motivo, foi o reconhecimento de Descalvado à cidade de Campinas. Naquela época nossa cidade passava por séria crise financeira e o Prefeito Hugo Pereira de Abreu com seu prestígio, obteve um vultuoso empréstimo junto ao Prefeito Alberto Cerqueira Lima de Campinas, no valor de 500.000$000 (Quinhentos Contos de Réis). Foram saldadas todas as dívidas e feito o saneamento básico. Descalvado conseguiria finalmente colocar fim a um lado negro de sua história: oferecer assistência aos enfermos que costumavam ficar na entrada da cidade, pedindo esmolas com canequinhas (daí a origem do apelido dado aos descalvadenses).Alguns anos depois houve um movimento para alterar esta denominação para Praça dos Expedicionários, em homenagem aos heróis da II Grande Guerra, que contou com a participação de descalvadenses. Prevaleceu,  entretanto, a Lei nº 14 de 20 de maio de 1948, do Prefeito Laurival Laércio Gabrielli denominando-a como Praça Nossa Senhora do Belém, em homenagem à nossa Padroeira. Algumas curiosidades sobre a nossa principal praça: As ruas Anastácio Vianna e Amâncio Penteado, já foram interligadas, cruzando a frente da Igreja Matriz. Somente com a reforma do jardim, na década de 40 a rua foi fechada. Existem na Praça, duas hermas. Uma de 1963, homenageando o Dr. Victório Amadeo Casati, médico descalvadense, que foi exemplo de humanidade. Outra de 1965, homenageia Orderigo Gabrielli, pioneiro da indústria em Descalvado. Velho jardim, ponto de encontro de namorados, amigos, políticos e de toda a gente descalvadense. Praça que acompanhou o desenrolar de toda  nossa história. Onde se realizam festas religiosas, quermesses, desfiles cívicos, comícios, festejos  carnavalescos. Realmente é a praça maior do povo.

 

MURINHO

            Local de encontro de namorados na Praça Nossa Senhora do Belém.

O CALÇADÃO E O MURINHO (Conto de Luiz Carlindo Arruda Kastein)

 

            Quem tem mais de trinta anos, com toda certeza lembra-se dos bons tempos dos passeios no “murinho”. Era comum naquela época os termos: - Vou passear no murinho, ou,  te encontro no murinho. Mas afinal, qual a origem do “murinho”? Nas conversas dos mais antigos fomos descobrir o motivo, e as fotos vieram a confirmar o que inicialmente dizia-se: - “Vamos sentar no murinho”, e, “Vamos namorar no murinho”. No calçadão que circundava a Praça da Matriz, havia, como existe até hoje do lado do Hotel Descalvado, um murinho. E nas partes com as muretas mais altas, como no trecho da  Bezerra Paes, construíram encravado no “murinho”, alguns bancos. Na década de 50, com a construção do ponto de táxi da Bezerra Paes, retiraram o calçadão, e com isso também os bancos do “murinho”. Logo depois para ampliação de estacionamento,   perdemos também os calçadões da  José Bonifácio e da Cel. Arthur Whitaker, onde foi construído o ponto de taxi mirim. O progresso trazendo os veículos motorizados, colocou fim ao romantismo, os calçadões viraram simples calçadas, com amplas áreas de estacionamento, ao contrário de muitos municípios que adotam amplas áreas de lazer nos centros comerciais. E o tradicional calçadão ficou mesmo somente na Barão do Descalvado. Aliás este também não deverá durar muito. Já existe movimento para que o mesmo seja suprimido, para ampliação da área de estacionamento. Mas vamos falar dele enquanto existe, já que na década de 60 “passear no murinho”, referia-se a fazer “footing” no calçadão do centro. Ir ao murinho, compreendia “fazer praça”, no trecho da Barão do Descalvado que ia da Sede Paroquial até a confluência com a Bezerra Paes, por onde descia até atingir o Serviço de Alto Falantes Descalvado, um pouco abaixo do Cine São José. Normalmente as mulheres passeavam por este trecho, enquanto os homens “marcavam ponto”, em lugares fixos. Era interessante, que cada um tinha seu lugar, como se tivesse “comprado o ponto”. Então quando se procurava por alguém, era fácil localizá-lo no lugar de costume. Quem não se lembra do Prof. Gerson Álfio De Marco, na curva do CERD, todas as quintas, sábados e domingos depois da primeira sessão do Cine São José? O charme é que o “murinho” tinha dois turnos: a turma da primeira e da segunda sessão do cinema. Assim,  haviam os que faziam praça das 8,00 às 9,00, depois iam para a 2ª sessão, e os que saíam da 1ª sessão e depois ficavam no “footing” até as 10,00 horas. Existia também a turma do “murinho rápido”. Estes eram os que freqüentavam as brincadeiras dançantes do CERD. Iam na primeira sessão do cinema, davam uma rápida passada pelo murinho e adentravam ao salão social, para dançar até as 10 horas, caso estivessem de paletó, gravata e o cabelo rigorosamente dentro do corte “americano”, já que na época era terminantemente proibida a entrada de cabeludos no salão. Mas só até as 10. Porque dizia a lenda que nesta hora saia um homem nu pela praça. Como as mulheres tinham medo, desapareciam tão logo o Serviço de Alto Falantes entoava a Ponte do Rio Kwai, o prefixo de encerramento dos serviços da noite. Então as meninas iam para casa, onde aguardavam a chegada dos  seresteiros com suas românticas canções. Somente nos domingos de manhã é que o local de encontro, alterava um pouco. Após a saída da missa das 10, a “moçada” se reunia em volta do coreto, para ouvir a Parada de Sucessos da Semana. E escrevendo sobre o Serviço de Alto Falantes, é gostoso lembrar sobre os oferecimentos musicais, que eram muito comum na época, na bela voz do Chico Gaspar: - “Agora vamos ouvir Banho de Lua, com Celly Campello, que o rapaz de quedes e calça rancheira oferece à garota de saia xadrez e blusa azul que passeia pelo murinho, e foi cestinha no campeonato interno de bola ao cesto, com prova de muito amor.” Sem dúvida muito romance teve início e terminou em casamento nos passeios do “murinho”, embalados pelo som em discos de 78 rotações, das orquestras de Ray Conniff, Xavier Cugat, Paul Mauriat ou Bert Kaempfert entoando músicas como: “Love is a Many-Splendored Thing”, “An Affair to Remember”, “Autumm Leaves”,  “As Time Goes By”, “Moon River” , “Al-Di-La”, “Love Story”...

 

JARDIM VELHO:

 

Inicialmente abrigou a Capela de Nossa Senhora do Rosário, local onde eram sepultados os Irmãos da Irmandade do Rosário. A praça recebia o nome de Largo do Rosário. Ali também foram sepultados os primeiros moradores, conta a tradição que os mais ricos dentro da Capela e os mais pobres em volta.

Com a inauguração do cemitério "velho" em 1869, o local foi se transformando em logradouro público.

1889 - Praça da República

- Inauguração do Coreto e do Chafariz - 15/11/1900 obras de Joaquim Martins Pimenta (construtor português, radicado em Descalvado)

- Praça Barão do Rio Branco - 16/04/1903

(na primeira década do século foram plantadas as quatro figueiras)

- Inauguração do calçamento com pedrinhas portuguesas – 1953 quando era Prefeito Deolindo Zaffalon.

 

CONTANDO O JARDIM VELHO (Conto de Luiz Carlindo Arruda Kastein baseado em artigos de Gerson Álfio De Marco, Benedito Barbosa Pupo e Mário Joaquim Filla)

 

Provavelmente o velho Largo do Jardim, pequena praça que circundava a antiga Capela Mariana, em louvor a Nossa Senhora do Rosário, e que também era cemitério de religiosos (consta que D. Lino Deodato, bispo de São Paulo e de  nossa Paróquia, em 1887, passou provisão de licença da referida Capela e nela, e em seus arredores, eram sepultados os Irmãos da  Irmandade do Rosário), tomou forma a partir da Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, quando a Câmara Municipal, para homenagear o fim da Monarquia, denominou aquele logradouro como Praça da República. E para marcar a data foi desenhado em seu solo (na saída do jardim para a EEPG Cel. Tobias), um Brasão da República, que existe até hoje, e onde reza a tradição, estão enterrados dois religiosos. No início do século, em 15 de novembro de 1900, foi inaugurado o Coreto, onde seriam realizadas as retretas domingueiras de várias gerações, até que se construísse o Coreto da Praça Nossa Senhora do Belém na década de 40. Na mesma data foi inaugurado o chafariz e seriam plantadas esteticamente as quatro figueiras, uma em cada canto da praça, como se fossem majestosas guardiãs a defender o histórico coreto. Mas a denominação “Praça da República”, duraria pouco tempo, somente até o ano de 1903. O livro de atas da Câmara Municipal de Descalvado de nº 11, registra em suas páginas 26 e 27 na ata da 5ª sessão ordinária, a indicação apresentada pelo Vereador Tenente Dionysio da Costa Coelho: “Atendendo-se aos relevantes serviços prestados à Pátria pelo exímio parlamentar Barão do Rio Branco”,  serviços  estes  que  todos vós não deseja olvidar, e devendo a Câmara dar a uma rua ou praça desta cidade um título que venha perpetuar o nome desse grande brasileiro, venho respeitosamente submeter à consideração dos sábios colegas, afim de ser convertido em lei o seguinte projeto: “Artigo 1º - Fica d’oravante mudado o nome da Praça da República ou Largo do Jardim para, o de - Praça Barão do Rio Branco  - Artigo 2º - As placas para serem colocadas nas esquinas da referida praça deverão ser de mármore branco. Artigo 3º - Revogam-se as leis e disposições em contrário. Sala das Sessões da Câmara Municipal do Descalvado, em 16 de abril de 1903. assinado: Dionysio da Costa Coelho. Posta em discussão a indicação supra e ninguém se oppondo contra a mesma, foi posta a votos, sendo approvada imediatamente.”

Mas quem foi o Barão do Rio Branco? José Maria da Silva Paranhos Júnior, (Juca para os amigos), nasceu no Rio de Janeiro, a 20 de abril de 1845, estudou Direito no Largo de São Francisco em São Paulo. Filho do Visconde do Rio Branco, adotou em seu nome o clássico indicador de filiação, denominando-se José Maria Paranhos do Rio Branco, entretanto todos passaram a chamá-lo simplesmente de Barão do Rio Branco. Inteligentíssimo, resolveu diplomaticamente grandes problemas internacionais a favor do Brasil: Em 1894/1895 na arbitragem da Questão das Missões, nos limites do Brasil com a Argentina. Ministro das Relações Exteriores a partir de 1902 anexou o território do Acre ao Brasil em 1903; acertou os limites com a Guiana Holandesa e com a Colômbia em 1907; e os limites com o Peru, em 1909. Embora nunca tenha tomado posse foi membro da Academia Brasileira de Letras e deixou uma série de estudos históricos. Mas, apesar da honraria ao Barão, a praça ficou conhecida mesmo como “Jardim Velho”. E nestes anos todos embalou muitos sonhos de casais enamorados. Vale lembrar que nos anos 60 a praça contou com serviço musical próprio: O Serviço de Alto-falantes Alvorada.

 

JARDIM VELHO: passado, presente e futuro (Salambô – 1972)

Jardim Velho, tema antigo

por que não me abandonas?

Sinto-me presa de tua vivência

sinto-me escrava de minha infância

 

Chove, choro, lembro, penso...

e ali está a figueira, o tronco...

Mas tantos outonos passaram

tantas folhas secaram...           

            Aquele coqueirinho já cresceu bastante,

            e cortaram o cedrinho

            e derrubaram os velhos postinhos

 

Mas ainda pasmo ante tanta beleza

e o mesmo verde me acalma

Em teus caminhos treinei meus primeiros passos

e meus filhos hoje correm por aí, a brincar

O temo passou e me entristeço

e não me canso desta paisagem

Num misto de alegria e mágoa

lágrimas inundam meu rosto

Nem mesmo a chuva destrói estes encantos

que resistem ao tempo, as ironias da vida

 

            Quisera  agarrar o tempo entre meus dedos

            e ali dormir na madrugada.

            Jardim Velho, por que me atrais tanto?

            Qual o mistério que ocultas, quais os segredos?

            Se distante, a saudade me envolve

            e minha alma se prende em teu verde.

            Não me liberto de meu passado

            e, presente, me tranqüilizo

            nestas folhas, nestas flores, nestes caminhos.

 

Jardim Velho, pedaço de mim

jamais te arrancarei de minha vida

e isto me perturba, me inquieta...

escrava que sou de tua vivência

escrava que sou de minha infância.

 

JARDIM VELHO (Zuleika Wood)

 

Sempre lembrando o passado

sinto a mais doce emoção

ao recordar Descalvado

que é minha eterna paixão.

Amo esta cidadezinha

onde vivi tão feliz:

a escola, a igreja, a pracinha.

Tudo, na vida, que eu quis!

 

Reminiscências são “ais”,

passado não volta mais:

mas sempre irá renascer,

pois recordar é viver!

 

Aí, tempo bom de criança

- que já vai longe demais! –

Porém, da minha lembrança.

não sairá nunca mais.

Na escola a gente aprendia

somente coisas de amor:
amor à Pátria, à família,

aos passarinhos e à flor!

Por mais cruel que alguém seja

- mesmo se um crime ele fez! –

No fundo sempre deseja

ser bom menino outra vez.

Há sempre alguma bondade

em cada filho de Deus,

há sempre um quê de saudade

em cada gesto de adeus!

 

Reminiscências são “ais”,

passado não volta mais:

mas sempre irá renascer,

pois recordar é viver!

 

Ai, belos tempos dourados

de menininhas em flor:

só pensando em namorados

e em conhecer o amor.

Ai, JARDIM VELHO querido,

quantos segredos guardou:

beijos e “amassos” curtidos

que você nunca “entregou”!

Ai, que esse tempo de agora,

é amargo, é triste, é ruim:

falta a ternura de outrora

e beijos pelo jardim.

Porém não choro o passado

- foi como tinha de ser! –

A vida é hoje, é o presente

que eu vivo e adoro viver!

 

Reminiscências são “ais”,

passado não volta mais:

mas sempre irá renascer,

pois recordar é viver!

 
LENDAS E CRENDICES DESCALVADENSES

 

Perdidos do Jardim Velho

 (Luiz Carlindo Arruda Kastein)

Algo de fantástico existe entre as quatro figueiras: “Muita gente afirma de pé junto que já se perdeu por lá, em noites enluaradas ou mesmo com o sol a pique”. Veja a narrativa que fez o jornalista Mário Joaquim Filla, na edição nº 132 de 8 de setembro de 1962, do Jornal O Comércio: “Vindo da reza, ontem, eu me perdi no Jardim Velho - afirma a suave velhinha, figura habitual na Igreja. Para mim sucedeu o mesmo - acrescenta o cidadão, ouvindo da anciã a afirmativa de seu descaminho, quando atravessava, serenamente e à tarde, o belo e aprazível logradouro. Ouvimos este diálogo, em um banco do Jardim Velho, em tarde domingueira. Verdade? Mentira? Verdade, verdade dos que sofreram o fenômeno e jamais poderíamos desmentir gente tão respeitável e dignas de fé. Ao que atribuir então, o desvio de trajetória de tal gente? Alguém com idéias científicas, atribuiu à possível influência de um pó semi-atordoador caído das ramas de uma das árvores do jardim. Argumenta que não justifica, pois se assim fosse, todas as pessoas que transitam pelo jardim ou que se sentam em seus convidativos bancos, deveriam sofrer as influências desse estranho e jamais identificado pó. Desprezado o argumento do cientista, vamos ouvir àqueles que recorrem ao sobrenatural para justificar o fenômeno: são almas penadas que transviam os transeuntes de hoje, ao verem violados seus antigos jazigos, pois no local, afirmam, existiu um cemitério.  Já outros, dizem tratar-se de um protesto do Alto aos desrespeitadores da terra sagrada da antiga capela ali existente e demolida não se sabe porque e nem por quem. Houve quem dissesse também ser a alma do Barão do Rio Branco, o homenageado que denominou a Praça.” O relato mais minucioso de uma estranha aventura no “Jardim Velho”,  foi narrado em 1960 pelo jornalista Benedito Barbosa Pupo, contando o acontecido com um jornalista, seu amigo, que estava hospedado no Hotel Descalvado, e numa noite insone, resolveu desafiar a sorte, numa visita ao “jardim dos perdidos”. A narrativa completa está na edição 32, do Jornal O Comércio. Vamos citar alguns trechos: “Perder-se no jardim velho? Lenda pura lenda. Por que não fazer, eu próprio, uma experiência? Caminhei para o velho jardim enquanto a cidade dormia. A noite tépida e cheia de estrelas envolvia a cidade. Nas ruas, nenhum passante, nem deste, nem do outro mundo. Aproximei-me do quadrilátero arborizado, quando as luzes se apagaram, acendendo-se segundos após. Um pio noturno de coruja se fez ouvir, no momento exato em que meus pés tocavam o terreno dos encantamentos. Flores enviavam suas mensagens de perfume. Ouvia-se a princípio vozes que não conseguia identificar. De leve murmúrio, transformou-se em barulho ensurdecedor. Meu espírito perdera o controle. Conturbada, minha mente não conseguia mais coordenar os pensamentos. Desorientando no tempo e perdido no espaço, senti que não tinha mais o chão sob meus pés. Surgia-me no espírito as perguntas: Onde estou? Quem sou eu? Aonde vou? Súbito, percebi que o local era completamente desconhecido, mas transmitia muita paz e serenidade.... Somente depois de muito tempo vislumbrei ao fundo do jardim, o velho casarão que abrigava o grupo escolar. Deixei o local, o céu clareava. Parecia que o encantamento findava-se com a aproximação da aurora. Retornei ao mundo real...” O certo é que a lenda existe, e apesar da dúvida, nenhum descalvadense que seja, da criança ao ancião, evita transitar pelo lendário “Jardim Velho”, como que buscando ser também, um dia, mais um personagem desta incrível experiência.

 

ENTRE A LENDA E A VERDADE (Flávio Tallarico, em seu livro Rascunhos de Algibeira & Outros Poemas - 1995)

            - Quem passa sozinho no Jardim Velho, depois das dez da noite, perde o caminho de casa; fica desvairado, sem juízo, só acorda e toma tento quando pisa na terra do cemitério. Imaginem o calafrio de medo que experimentei ao ouvir, ainda criança, estas histórias contadas pela boca de meu avô – que Deus o tenha – o qual, além da minha admiração, merecia meu respeito e minha credibilidade.

            - Quando eu era guarda-noturno municipal... E desfiava uma comprida lista de “causos”, com detalhes e nomes, de pessoas que se perderam e só voltaram a si no campo sagrado do cemitério velho.

            - É que tem, ao lado da figueira, um padre e uma freira enterrados. Passou perto, tá perdido. Passar perto? Eu não passava nem longe. Dava uma volta danada, evitava aproximação, fazia o sinal da cruz na testa. Era, naquele tempo, minha verdade maior. Quando a verdade é misteriosa e sobrenatural, escapa ao nosso conhecimento e vira lenda. Falávamos dela temerosos, em voz baixa, o suficiente para mantê-la viva entre os de minha geração.

            Com o passar dos anos a lenda foi perdendo a força, foi minguando e desapareceu na confusão de carros e motocicletas, na carência da palavra de contar – grudada ao céu da boca pelo chiclete ruminado – esmagada pela nova realidade enfeitada de jeans, sandálias e indiferença.

            De tudo, só a figueira permanece, vetusta e acolhedora. Os fantasmas morreram, há muito tempo, de tanto rasgar as longas camisolas brancas nas antenas de televisão, que tornaram impossíveis suas investidas noturnas, em vôos rasantes, sobre os incautos que ousavam se aventurar em seus domínios. Exorcizado pelo progresso, o velho jardim passou a servir de abrigo aos casais. Podemos a qualquer hora da noite, atravessá-lo sem o menor perigo. Quando digo “podemos”, quero dizer “vocês podem”. Eu, se não for extremamente necessário, desvio e dou uma volta danada.

 

FANTASMAS DE DESCALVADO (Luiz Carlindo Arruda Kastein)

Descalvado a exemplo de outras cidades não deixa de ter seus fantasmas. Muitas pessoas falam de suas experiências com casas assombradas. Nas nossas velhas fazendas é possível ouvir durante as noites, o choro dos escravos e o barulho de correntes arrastadas. Há até quem ouça velhos cânticos e desafios do negro acompanhados do bater do bumbo.

Muito se ouviu falar também do fantasma que constantemente pegava carona nos carros e caminhões quando estes passavam na antiga estrada de terra, pelas proximidades do Butiá e desaparecia invariavelmente nas proximidades do cemitério. Muitos viram mas ninguém sabe explicar quem é.

            O velho prédio da Câmara Municipal também teve seus fantasmas, contam os antigos funcionários. E parece que eles não desapareceram com a demolição do prédio e constantemente se reúnem para amplos debates no Plenário do Legislativo. Ali sempre pode-se encontrar em animadas conversas, antigos e recentes falecidos, políticos descalvadenses.

            São incontáveis os casos de pessoas que viram discos voadores nos céus descalvadenses. Mas até agora ao que parece ninguém foi seqüestrado. Aliás nós pesquisadores estamos louquinhos para tirar umas fotos aéreas da cidade a bordo de um disco dourado.

            O toque de humor fica por conta do "homem nu", um fantasma engraçado que aparecia na Praça da Matriz todos os finais de semana da década de 60 tão logo o Serviço de Alto-falantes entoava "A ponte do Rio Kwai" encerrando as atividades. Dizem que as raparigas desapareciam com medo de contemplar o homem nu e a cidade ficava deserta.

 

AS ALMAS PENADAS DO “CHÃO DURO” (Gerson Álfio De Marco)

Por “Chão Duro” era conhecido, pequeno trecho da rodovia municipal que conduz às fazendas São Domingos, São Rafael e outras de nosso município. São cerca de 200 metros de estrada, de solo bem sólido, bem duro (daí sua denominação) e a apenas 2 quilômetros do Bairro de São Sebastião. Nesse trato de rodovia, há décadas atrás, quando todos os nossos imóveis rurais eram densamente povoados e por ser ele parte da estrada real que levava a muito habitadas fazendas descalvadenses e, por isto mesmo, bastante transitadas, mormente nas jornadas domingueiras e de dias santificados pela Igreja, foi ele fatídico palco de vários crimes, quase sempre pelos fúteis motivos de que estão repletos os processos criminais do tempo: azedamento de uma discussão banal, embriaguez, às vezes o dinheiro e poucas vezes o rabo de saia.  E, lembrança desses crimes e convite a orações dos passantes, a ereção, nos justos locais dos assassinatos, de pequenas capelas, das chamadas Santas-Cruzes do Caminho. E as aparições, os gemidos e outras manifestações do sobrenatural fizeram do lugar, lugar decantamente assombrado, e de perigoso transito, à noite, por repentinamente aterrador. Mas, caminho obrigatório, deveriam percorrê-lo os rurícolas daquelas bandas e o percorriam, necessariamente, uns sem ver ou sem ouvir almas penadas e mui afortunadamente; mas outros deparando, de inopino, transidos de medo, com assustadores vultos movediços ou ouvindo o fúnebre gemer dos mortos. Hoje, com a diminuição do trânsito noturno nesse trato de estrada, em razão de acentuado decrescimento da população do município, em todos os seus cruzantes, diminuiu o quase se estinguiu essa velha crendice descalvadense. E, ao nosso ver, mais contribuiu para seu desfalecimento, não o menor número de habitantes da zona (de toda a nossa zona rural), mas o fato de haver raros pedestres a acalcanhar, hoje, à noite, o outrora amedrontador Chão Duro e um número ínfimo de caleiros a vencê-lo nas sombras da noite, isto porque, atualmente, só se viaja, por todo o nosso município, em veículos motorizados, caminhões especialmente. E um veículo motorizado passa tão depressa que não há tempo suficiente para se ver ou ouvir gente do outro mundo, nas caladas da noite. O Chão Duro de hoje é menos terrificante que de outrora, mas ainda haverá pedestre ou cavaleiro que veja mortos aí ou ouça o lamentar enregelador duma alma penada.

 

ÁRVORES HISTÓRICAS

 

AS FIGUEIRAS DO JARDIM VELHO (Mário Joaquim Filla)
 

            Marca de gigantismo vegetal e de beleza, as quatro figueiras da Praça Barão do Rio Branco, de nossa cidade, são algo de ufanar a nossa gente. Nos quatro cantos desse encantador logradouro público de Descalvado, elas se erguem na sua exuberância de caules e galhos fortes e nas suas copas espessas e dum acentuado verde- escuro. Quando frutificam, enchem as adjacências de milhares de frutícolos e cuja abundância são prova da luxuriante desses espécimes de nossa flora. Quantos anos têm? Quase centenárias deverão ser, eis que, ante fotografia do Descalvado antigo, datada de 15 de novembro de 1900, quando se inaugurava o ainda existe coreto da praça, os quatro atuais gigantes florísticos aí já se erguiam, com altura meã, a dizer-nos de suas já algumas décadas de vida. Não se sabe a data de seu plantio e nem o nome do gestor municipal do tempo e muito menos a origem das mudas. Seja como for, as quatro figueiras do Jardim Velho são velhas testemunhas da vida descalvadense, de quase um século. As notas musicais de nossas filarmônicas penetraram suas frondes, altos ouvidos sempre prontos a captá-las, nessas horas de festas domingueiras. Assistiram elas ao nascimento de muitos amores, escutando os bisbilhos dos enamorados e vendo as trocas de olhares amorosos entre eles. Ouviram os ruídos dos trólis, dos carroções e das carroças, o estridular dos carros-de-bois, na sinfonia de nossas riquezas. Elas tudo viram, tudo ouviram, em seu derredor, por anos seguidos. Quantos segredos guardam, quanto têm para dizer, pudessem fabular como nós, os homens. Mas, mais que tudo, assistiram elas às passagens de diversas gerações descalvadenses, indo para o nosso Grupo Escolar Coronel Tobias, vindo dele, na alegria incomensurável da infância, que estudava brincando, que brincava aprendendo. Grande parte da História de Descalvado está escrita no verde pergaminho de suas folhas centenárias.

 

O JEQUITIBÁ DO MONTE OLIMPO (Gerson Álfio De Marco)
 

            Foi o nosso gigante florestal, o nosso antigo orgulho, vista obrigatória de quantos admiram a Natureza e as grandezas desta. Erguia-se o titã vegetal na Fazenda Monte Olimpo, deste município, a cerca de cinco quilômetros da sede urbana. Era algo de extraordinário em seu encorpamento, em sua pujança. 12 metros de circunferência, altura de 71 metros e sustentado por doze raízes, era necessário dezoito pessoas, de mãos dadas, para abarcá-lo. Só isto  diz suficientemente do diâmetro de seu tronco. Testemunha do nascimento de Descalvado, atestava a pujança de nosso solo, onde nasceram os cafezais fecundos e que tanto deram, ao lado de nossa economia comunal, à nossa formação social, aos nossos próprios destinos. A muitos metros de altura, altaneiro e dominador, o velho jequitibá abria a sua imensa copa sobre os verdes campos, sobre os campos lavrados, sobre a vida rural. De longe, já se avistava a grande árvore de nosso velho envaidecimento municipal. E, já a primeira vista, tinha-se a impressão de sua imponência, de sua majestade. Acercando-se dele, então, o deslumbramento era maior: estava defronte à maior árvore de seu gênero em toda a região, e talvez, mesmo, no tempo, em todo o país. E, por muitos anos, foi ele o símbolo de nossa altivez, a marca de nossa beleza, o buscado local para passeios campestres, até para piqueniques, quando nossa gente sabia amar o campo e visitá-lo. Pena que, um dia do ano de 1945, dia aziago esse para a nossa vaidade provinciana, dia tristíssimo, para nosso amor às nossas coisas, que a procela, furiosa e incontível, tenha abatido o notável jequitibá. Dele só nos ficou um velho orgulho que, ainda, cultivamos; e as lembranças.

 

A FIGUEIRA DO TAMANDARÉ  (Mário Joaquim Filla)
 

            Centenária, plantada na gleba descalvadense, atestando-lhe a uberdade, a árvore gigantesca e bela: a Figueira do Tamandaré; do Tamandaré por estar localizada nas antigas terras da Fazenda Boa Esperança, do ínclito varão do Império. Dr. Manoel Batista da Cruz Tamandaré. Daí o nome do dono designar, também, a propriedade, graças ao batismo genitivo do povo: Fazenda do Dr. Tamandaré, Fazenda Tamandaré. A árvore sombrosa e imensa, não somente por sua majestosidade, por sua realeza vegetal, mas por motivos outros, entrou para nossa história municipal. Ela é, em verdade, uma árvore histórica. Assim é que, durante os longos anos do cativeiro negro, no Brasil, a velha figueira foi local predileto de suplícios aos negros fujões ou desobedientes. Sob a sua já imensa e agradabilíssima sombra, o fero feitor, ilacrimável e temido, exercia, costumeiro, o seu brutal mister de exemplador, no castigo necessário, segundo a ética patronal. O bacalhau crudelíssimo, em sua destra possante e impiedosa, no reiterar tremendo das batidas, ia lanhando o corpo indefeso do pobre escravo, vítima, então, do julgamento dum amo ou dum feitor nada cristão, nada humano; vítima dum julgamento condicionado única e exclusivamente a bílis do sinhô ou de seu cruel subalterno. Na década de 60 do século XIX, Castro Alves cantava a redenção escrava, nos vôos condoreiros de sua lira e morreu cantando o martírio escravo e antecipando-lhe a liberdade. Os abolicionistas, nessa década e até a de 80, desfraldavam, combativamente, por todos os cruzantes do país, a bandeira nívea da grande campanha cívica, mas mais que cívica, humanitária e em todo o vasto território pátrio. Descalvado incluso, o azorrague brutal do feitor continuava seu escarmento monstruoso, surdo à poesia e à prosa libertadoras. Longe da musa castroalvina, não muito longe dos abolicionistas, que em Descalvado, os havia também, a vetusta figueira descalvadense oferecia-se palco  para os contínuos azorragamentos brutalíssimos. Daí o ter entrada para a história, para a nossa história como local de martírio negro. Já na República, ela continuou ligada à história, eis que, quando da grande repressão, do desmantelamento final das quadrilhas de ladrões de cavalos, a partir de 1918, era sob a sua fronte amplíssima que acampavam os elementos da Capturas do Estado, para seus ráides aprisionadores. E, ainda sob o verde baldaquino de sua alfombra, alguns dos ladrões capturados eram interrogados, nas preliminares do futuro processo e com vista à obtenção de informações que pudessem ampliar o rol dos meliantes aprisionáveis. Comandava então o pugilo policial e famigerado Tenente Galinha, de tanto nome entre seus coevos e de presença obrigada no folclore paulista, em razão de sua audácia  e habilidade policial. Passaram escravos e rapinadores de cavalos, mas a magnífica figueira, com seu tronco desmedido, com sua copa esplêndida e com sua hieraticidade vegetal, continua forte, como antes; bela, como nesses já recuados tempos de nossa vida municipal e contando, na sua imobilidade histórica, na sua grandeza vencedora dos anos, fatos de nosso pretérito, verdíssimo livro aberto e nossos fastos. É ela, em suma, um titã florestal prenhe de história. Foi ela, no passado, até o 13 de maio libertador, um pequeno coliseu descalvadense, para a diversão brutal dos Neros escravocratas.

 

ÁRVORE TORTA: UMA LENDA PASSADA; UMA FIGURA ESQUECIDA (Sebastião José Ricci para Descalvado em Revista de 08/09/75)

            Árvore torta: Recanto de alegria que virou saudade. São poucos dos muitos que ali passaram seus melhores momentos de infância, não muito distante, (aos quais também pertencíamos), que ainda se lembram de sua figura. Talvez pela sua maneira de crescer com seu tronco com um metro de altura curvando-se num comprimento de mais ou menos três metros para depois subir com seus galhos compridos todos repletos de folhas, foi que a árvore torta ganhou o carinho e a admiração de muitos que a conheceram. Debaixo de sua frondosa sombra, muita gente passou bons momentos, principalmente a infância daquela época. Lugar aprazível e de bom clima, sempre foi um convite, para piquiniques de famílias que passavam quase o dia todo de seu folguedo na alegria de verem os “tarzans” e os “trapezistas”da árvore torta, com seus saltos e seus malabarismos... Usando-se de uma corda amarrada num galho alto da árvore, os “tarzans” davam saltos de um lado para o outro depois de vibrar bem alto o tradicional grito do “Rei das Selvas”. Para os garotos amantes do circo que na época apresentavam grandes espetáculos em Descalvado, tinham em si a vontade de apresentar na árvore torta o salto consagrado do artista circense, que as vezes terminavam com uma queda ao chão, quando não uma fratura de um braço. Foram muitos os fatos que se passaram junto a velha árvore torta: meninos que faziam “artes” na cidade e quando perseguidos corriam para lá onde se escondiam no alto dos galhos; alunos que faltam da escola e fugiam para lá, esquecendo-se das lições e até mesmo de voltarem na hora certa para casa; brincadeiras, alegrias e até mesmo brigas por ali se passaram. Nas épocas de chuvas a árvore torta tornava-se difícil de ser escalada, mas a ganância pelos seus saltos de tarzan e pelos espetáculos de malabarismos, faziam com que todo o recurso fosse usado para gozarem mais um dia, na sempre querida de todos. Para aqueles que não conheceram a árvore torta esta será mais uma história a ser ouvida; para os que a conheceram e ali passaram um pedaço de suas infâncias, será uma lembrança que volta a renascer. Hoje, ao ver a árvore torta mais envelhecida, toda ladeada de galinheiros de uma granja de propriedade do Senhor Edvaldo Franco, no alto do Jardim Belém, ninguém mais dirá que ali foi recanto turístico da infância de mais ou menos uns vinte anos atrás. Sua madeira de nome Pau D’Oleo, seus galhos ainda comportam sua beleza com o verde de suas folhas que são sopradas pelo vento. Ao cumprimentarmos Descalvado pelos seus 143 anos de existência, pedimos uma pausa, para agradecer um de seus mais antigos habitantes: “Obrigado árvore torta, pela infância feliz que você nos proporcionou”.

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