CEMITÉRIO MUNICIPAL -         Inaugurado em 01/02/1893 - A primeira pessoa a ser enterrada no jazigo 1 da quadra E, foi a Sra.  Emília Guare, de cor branca,. viúva, natural da Itália, falecida com 68 anos de causa desconhecida, sepultada no dia 2 de fevereiro de 1893.

 

ONDE ESTÃO NOSSOS MORTOS (Luiz Carlindo Arruda Kastein)

Descalvado inicialmente enterrou seus mortos ao lado da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Belém. Nas terras do Jardim Novo estão sepultados pessoas ilustres como o fundador José Ferreira da Silva, sua mulher Florência Maria de Jesus e muitos outros. Já os religiosos eram enterrados ao lado da Capela do Rosário que ficava no Jardim Velho. Estaria lá nosso primeiro pároco o Padre Jeremias José Nogueira?  No ano de 1862 com medo da varíola, das icterícias, do sarampo e das febres, transferiram o Cemitério para o local onde hoje está a Praça de Santa Cruz dos Operários. Seria o Cemitério Velho. Em 1893 com o surto da febre amarela construíram um cemitério bem mais longe, o atual Cemitério Municipal.            Em 1958 devido o total abandono do Cemitério Velho foi construído no Novo um Mausoléu e para lá foram transferidos os restos mortais de pessoas gratas como a menina Maria Grassi que recepcionou o Imperador Pedro II quando de sua visita a Descalvado.

 

MAUSOLÉU DO CEMITÉRIO: Em 1958 durante o governo municipal do Dr. Jayme Regallo Pereira, numa iniciativa necessária, dado o completo abandono em que se encontrava o antigo campo santo da cidade, o Cemitério Velho da expressão popular, foram transladados, para a atual necrópole descalvadense, os despojos da antiga. Cumpre aqui registrar, que até o ano de 1893, as inumações em Descalvado, eram feitas no chamado “Cemitério Velho” , que se situava entre as ruas Pedro de Alcântara Camargo e José Bonifácio. Este cemitério tinha como administrador no ano de 1888, o Sr. Domingos Soares de Barros Mello. Um fato curiooso é que de julho a dezembro de 1887, foram sepultados 20 escravos de propriedade de Rita Campos Serra. Talvez a pessoa mais idosa a ser enterrada no cemitério velho, tenha sido Adão de Araújo, casado com Amélia Maria de Jesus, que foi enterrado no dia 1º de dezembro de 1888 com 110 anos. Com a inauguração do novo Cemitério Municipal, na parte leste da cidade, o velho campo santo descalvadense foi deixado, como sagrada relíquia, em nossa sede municipal. Em seu solo santo, encontravam-se sepultados, alguns dos homens de nossa História Municipal, membros de suas famílias; membros de tradicionais famílias descalvadenses, velhos imigrantes, os últimos escravos... Hoje, jazem no Mausoléu do Cemitério Municipal, os restos mortais desses antigos habitantes de Descalvado, numa última, mas justa homenagem à gente de nosso passado. Na placa inaugural do Mausoléu encontramos a seguinte inscrição, hoje já de difícil leitura: “Para este Mausoléu foram trasladados os restos mortais que se achavam no Cemitério Velho desta cidade. Aqui se reuniram todos para a paz que em vida pediram a Deus e que por ele lhes foi concedida. Orae por todos. 09/07/1956.”

            Curiosidade: Logo na entrada do cemitério, na primeira rua à direita (quadra E - sepultura 14) depara-se com o túmulo do jovem José Leite Gonzaga, falecido em 2 de dezembro de 1896 com 22 anos, e cuja lápide é uma homenagem de seus amigos. É grande o número de descalvadenses que afirma ter obtido graças aos pedidos feitos em intenção de sua alma, tanto que a administração municipal mandou erguer um queimador de velas ao lado de seu jazigo. O livro de registro de mortos do cemitério diz ainda que José Leite Gonzaga era de cor branca, filho de Luis Gonzaga e mãe ignorada tendo falecido vítima de meningite.

 

PRECE NO TÚMULO DOS MILAGRES (Luiz Carlindo Arruda Kastein)

Desculpem-me os incrédulos, mas eu tenho um amigo do outro lado do mundo. A amizade nasceu pela curiosidade. Isso mesmo. Queria saber porque tantos descalvadenses oravam, depositavam flores e acendiam velas no túmulo que fica logo na entrada da Necrópole Municipal. Na lápide de mármore sobre o jazigo simples está registrado: JOSÉ LEITE GONZAGA/ FALECIDO EM 2 DE DEZEMBRO DE 1896/ HOMENAGEM DE SEUS AMIGOS. O livro de assentamentos de mortos do Cemitério faz constar que José Leite Gonzaga era de cor branca, filho de Luiz Gonzaga e de mãe ignorada tendo falecido vítima de meningite com apenas 22 anos. Bastou realizar esta pesquisa para que sentisse junto àquele jazigo uma vibração muito grande. Adentrado àquela impedância áurea fiz um pedido em oração. Fui atendido. Imensamente grato quis retribuir e perguntei em que poderia ser útil. Luiz, - disse ele em mensagem intuitiva - em vida fui muito pobre, desprendido das coisas materiais. Deus me levou muito cedo para trabalhar em sua seara. Teria sido sepultado em vala comum, não fossem os amigos sinceros que cultivei em vida, que me prestaram esta última homenagem oferecendo ao meu corpo este jazigo perpétuo. Mas fico triste ao ver em meu derredor tantos túmulos abandonados, tantas pessoas sepultadas e esquecidas. Os vivos choram tanto a morte de seus entes queridos, mas o tempo acaba por apagar da memória tudo de bom que realizaram e passam a ser um simples grão de areia na imensidão desta terra santa. Luiz, – prosseguiu – você que pesquisa a história de nossa Descalvado, cidade da qual um dia fiz parte, faça com que seus leitores entendam que os mortos são uma história viva, eles ajudaram a construir cada momento do progresso, seus nomes devem ser integrados ao nosso presente. E concluiu: Existem por aqui tantas tumbas esquecidas, abandonadas, muitas das quais nem constam o nome dos sepultos. Sabe... tenho intercedido junto a Deus por muitas pessoas que oram junto aos restos de meu corpo. Gostaria que as pessoas que receberam graça, adotassem um desses jazigos abandonados... se nada puderem fazer ao menos depositem sobre eles uma flor branca que seja, para simbolizar a pureza da alma... E então rezassem a Deus por aquela alma, pela sua evolução espiritual e rogassem para que ela venha a ser o anjo da guarda protetor: de uma criança abandonada, de um velho solitário, de uma pessoa enferma... Foi quando em concentração profunda ouvi um coro de vozes a orar: “José Leite Gonzaga, vós que se encontrais sepultado nesta terra santa e que há mais de cem anos vela por nossa gente,/ vós que fostes puro em vida e que partistes tão jovem para habitar a seara do senhor,/ vós que desprezastes as riquezas da terra e triunfastes na purificação da alma,/ vós que vivestes só e na oração solitária encontrastes tantos amigos que lhe ofereceram uma morada eterna,/ daí a mim a serenidade necessária para que Deus em sua infinita bondade  livre o mal que nos aflige,/ o vício que nos persegue,/ permitas que eu volte a trilhar novos caminhos./ Através de vós rogo a Deus,  paz a todos que estão sepultados nesta terra santa e que procuram sua evolução no caminho que os conduzirá à glória junto ao Pai”. Esta oração com toda certeza virá de encontro aos pedidos de todos os aflitos e se Deus atendê-lo  procure divulgar esta prece... e não se esqueça de depositar uma única flor branca que seja... num jazigo esquecido. Meu bom amigo José Leite, se depender de mim, os mortos estarão eternamente vivos...

VERSOS AOS MORTOS ( Luiz Carlindo Arruda Kastein)

 

Quadra lavrada no mármore do jazigo de Dona Maria Amélia de Campos Aranha como homenagem póstuma de seu marido Antonio Alves Aranha:

 

“Mulher formosa

Que adorei na vida

E que na tumba

Não cessei de amar”

 

            No mesmo túmulo que encontrei a quadra acima, existe outra também dedicada a Dona Maria Amélia, prova de um grande amor de seu “inconsolável esposo”, já que esta ilustre senhora faleceu com 71 anos:

 

“No mundo tudo se acaba

Tudo no mundo tem fim

Só a lembrança de tua imagem

Não se acaba para mim”

 

            No jazigo de Maria Isabel Penteado, que deixou a vida com 15 anos encontramos os versos abaixo escritos por sua prima que se identificou como “J.”:

“À Bebete:

 

Flor, ainda em botão, numa estrada de flores

 se pos a madrugar,

E, da virgem aos pés, à luz dos esplendores

se vê desabrochar.

Ligam-se a dor dos pais, numa estrada de espinhos

 as nênias da amizade.

Da prima que acrescenta, aos paternais carinhos

Um beijo de saudade.

 No túmulo de Maria Lourdes Penteado Aranha que também morreu em tenra idade com 20 anos, escreveu seu pai Afonso Penteado:

 

“ Mal entreaberta flor de doce e meigo encanto

Para o Jardim de Deus tão cedo transplantada

Desabrocha feliz lá nos céus, orvalhada

Do maternal, eterno e inesgotável pranto”

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“Sabemos-te feliz pra toda a eternidade!

Mas... como reprimir as lágrimas de sangue

Dos nossos corações pungidos de saudade?”

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“Anjo que mal roçaste o teu virgíneo manto

Nas urzes do caminho e nas pedras da estrada,

Roga a Deus por teus pais, cuja alma amargurada

Saudosa pelo ar te busca em todo o canto”

 

No jazigo dos irmãos José (5 anos) e Nancy (3 anos) encontramos:

 

“Eram a nossa esperança

E nós os amores seus,

Partiram para subir

Lá para junto de Deus”

 

“Nunca mais ouviremos

Os seus risos joviais,

No céu, estão orando

A espera dos seus pais”

 

No túmulo de Renato João ( 1 ano):

 

“Dorme pobre criança

No leito eterno de Deus!

Eras a nossa esperança

E nós os amores teus”.

 

No jazigo de José Tallarico que faleceu com 17 anos em  9 de junho de 1922:

 

Contador pela Academia Mercúrio

Diplomado com Medalha de Ouro

 

Dentre os vivos teus, desapareceste,

Deixando em cada um, dorida saudade;

Mas ainda existes na eternidade

No seio ameno de um Deus celeste.

 

Aqui ficaram sempre chorosos,

Teus pais, irmãos e outros mais;

Sempre orando por ti, amorosos

Como se fossem todos – pais.

 

Observamos também em alguns túmulos frases dignas de registro:

 

No de Alice Branco falecida em 1911:

“O eco de seu canto ainda permanece em nossos corações”

 

No de Joaquim Pacheco de Mendonça Júnior falecido em 1896 com 30 anos:

“Eu era o que tu és, tu serás o que eu sou.”

 

Algumas curiosidades:

 

No túmulo de José Manoel de Arruda Abreu falecido em 1895:

“Marido exemplar”

 

No do Dr. Miguel Arcanjo da Silva falecido em 1890:

“Bom esposo, bom pai e bom amigo”

 

No de Gabriela Umbelina Gordinho falecida em 1894:

“Esposa dedicada, mãe estremosa, coração caridoso. Deus chamou-a ao céu.”

 

No de Benedicto Ferraz de Camargo falecido em 1896 com 25 anos:

“Formado pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1894”

 

No das irmãs Laurinda e Beatriz Mayesi Dias, primeira e segunda esposas do Dr. Glenan Leite Dias que no  jazigo colocou um cadeado com a inscrição

“Completo, intocável”

           

JORNAIS: (Antonio Ervêu Betarello, Antonio da Conceição Vicente Adorno, Luiz Carindo A. Kastein)

 

- 1884 - Descalvado - Fundador desconhecido

- 1884 - Imprensa do Descalvado - Diretor:  Olímpio Catão

- 1885 - Actualidade - Diretor: Barbosa Leite

- 1888 - O Descalvadense - Fundadores: Alencastre Reis, Dr. Amâncio Penteado e Dr. Cândido Rodrigues

- 1888 - Correio D'Oeste - Fundador desconhecido

- 1888 - Gutemberg - Fundador desconhecido

- 1889 - A Tenda - Fundador: Olímpio Catão

- 1890 - O Campeão do Descalvado - Fundador:  Ferreira Martins

- 1891 -A Taxa - Diretor:  José Victorino

- 1892 - Gazeta do Descalvado - Redatores: Dr. Amâncio Penteado e Cândido Rodrigues

- 1893 - O Luctador - Redatores: Major Gabriel Lessa e Tenente Coronel Polycarpo Alves Normanha

- 1902 - Cidade do Descalvado – Semanário - Diretor: Dr. Antonio Luiz Fabiano – Valor da assinatura anual 10$000; Publicações: Por linha $200, Repetições $100;

- 1902 - O Descalvadense - Diretor: Estevam Sul Mineiro

- 1904 - O Movimento - Diretor: Francisco Penteado

- 1904 – A Reforma – Semanário

- 1904 – A Cidade -

- 1905 - Jornal do Descalvado - Diretor:  Ângelo T. Bittencourt

- 1905 - O Imparcial - Diretor: Manoel Valente

- 1906 - Correio do Descalvado - Diretores: Dr. Amâncio Penteado e Prof. Francisco Penteado

- 1908 - O Descalvadense - Proprietário:  José Rufo Tavares

- 1911 - Correio do Descalvado - Proprietário:  Dr. Amâncio Penteado

- 1916 - O Progresso - Proprietário: Antonio Souza Queiroz

- 1917 - O Imparcial - Proprietário: José Manoel de Arruda (Dedé)

- 1920 - O Imparcial de Urbano Rabello

- 1920 - O Progresso 2ª Fase - Diretores: Prof. Renato Sêneca Fleury, Prof. Salustiano Ramalho, Prof. Lázaro Ferraz de Camargo e Prof. Antonio de Queiroz

-1925 - A Propaganda - Proprietário: Rocha e Camargo

- 1926 - O Correio Popular - Proprietário: J. Lima Santana

- 1926 - O Resumo - Proprietário: Ascânio Simões

- 1927 - O Águia - Órgão Literário dos alunos do Grupo Escolar Cel Tobias - Diretor: Prof. Lázaro Ferraz de Camargo

- 19/11/1927 - O Comércio - Fundador: Lázaro Timótheo do Amaral

- 1933 - Descalvado Jornal - Fundador: Sebastião Lacerda de Oliveira

- 1945 - O Comércio 2ª fase - Diretor: Lázaro Timótheo do Amaral

- 1950 - O Comércio - Proprietário: Paulo Rusca

- 1954 – O Palco – Editado pelo Teatro Experimental do Trabalhador tendo como jornalista Mário Joaquim Filla.

- 27/01/57 - A Folha do Povo - Diretor: Milton Timótheo do Amaral

- 1960 - O Comércio - Proprietários: Mário Joaquim Filla e Paulo Belli

- 30/05/1965 - Tribuna de Descalvado - Fundador: Milton Timótheo do Amaral

- 1968 – Imprensa Nova – Editado pelo Centro Descalvadense de Cultura - CEDEC

- 1981 - Jornal do Vale - Proprietários: de Luiz Carlos Lima e Luís Antônio de Lima

- 1985 - O Comércio - Proprietário: Edson Luiz Bortoletto.

- 1986 - O Comércio - Proprietário: Empresa Jornalística do Vale do Mogi Guaçu S/C Ltda - Diretor Gelson Ruiz

- 1991 - A Palavra - Fundadores Eliel Cipriano Nascimento, Cláudia Bueno Nascimento e José Carlos Brota. Diretor Proprietário: Luiz Alair Bueno.

- 1992 - Jornal Oficial do Município de Descalvado - órgão criado pela lei municipal nº 1291 de 29 de dezembro de 1992.

- 1993 - Jornal Cultura - Órgão informativo da SABI (Sociedade dos Amigos da Biblioteca)

- 1998 - (10/03)– Jornal Flagra – Proprietários Vagner Roberto dos Santos Silva e Alcides Raimundo Junior

- Circularam ainda pela cidade em diferentes tempos jornais ligados aos estabelecimentos de ensino como “O Estudante” e ligados a igrejas como “A Voz da Paróquia”.

2002 – Acontece em Descalvado – Revista mensal – Responsabilidade de Luiz Carlos de Lima

 

HERMAS DE DESCALVADO (Mário Joaquim Filla, Paulo Belli/ Milton Timótheo do Amaral/Luiz Carlindo Arruda Kastein)

 

HERMA DE ORDERIGO GABRIELLI

 

Com a face voltada para o lado oeste da Praça Nossa Senhora do Belém, a herma de Orderigo Gabrielli perpetua o nome de alguém, que entre nós, se singularizou pelo trabalho fecundo e pelas mais altas e notáveis iniciativas no campo industrial. Orderigo Gabrielli nasceu em Zagarollo, na Província de Roma, no dia 16 de outubro de 1889, sendo filho de Terenciano Gabrielli e Adelfina Pizzi. Em companhia de seus pais e irmãos, veio ele para Descalvado, no ano de 1895, trazendo uma longa tradição de trabalho e honestidade. A principio os Gabrielli residiram na Fazenda Santa Carolina, passando-se depois, para a Fazenda São Rafael e Fazenda Palmeiras. No ano de 1907, a Família Gabrielli, graças ao amealhado no seu incansável trabalho agrário, adquiriu o Sitio Santo Antonio, de 17 alqueires e 16.000 cafeeiros. Mais tarde, fizeram aquisição da Fazenda São João da Capoeira do Alto, de 200 alqueires e 40.000 cafeeiros. No alvorecer da segunda década deste século, toda a família do velho Terenciano passou a residir na sede urbana onde seus filhos se dedicaram, de imediato, ao comércio, e no auspicioso ano de 1924 para Descalvado, os cinco irmãos: Orderigo, João, Lourenço, Spárdaco e Fernando, num pioneirismo que os honrou e fixou um marco, em nossa terra, fundaram a Tecelagem Santa Maria, para o fabrico de tecidos de algodão. Esse estabelecimento, em boa hora erguido em Descalvado que sofria a terrível crise de sua cafeicultura em abandono já deu novo alento à nossa economia e foi ele, sem sombra de dúvida, o marco inicial de outras industrias têxteis dos Irmãos Gabrielli e outros. Orderigo Gabrielli, por iniciativa própria, fundou sua Tecelagem São José, permanecendo ligado ainda, com sua atividade ímpar e idealismo, à velha Santa Maria que, em franca expansão, logo passou a trabalhar com uma fiação. Nome inesquecível, por todos os títulos, o de Orderigo Gabrielli, para Descalvado. Falecido em 10 de junho de 1945, hoje tem seu nome de pioneiro relembrado na denominação de uma nossa via pública, em razão da lei nº 32, de 9 de agosto de 1948. O batismo de uma via pública e uma herma, as grandes manifestações de gratidão de Descalvado, ao grande pioneiro.

 

HERMA DO DR. VICTÓRIO AMADEU CASATI

 

Na Praça Nossa Senhora do Belém, face voltada para o lado oeste, a poucos metros da velha residência do homenageado. A herma ao Dr. Victório Amadeu Casati, foi fruto de uma iniciativa vitoriosa do Rotary Clube de Descalvado e que, logo, teve a mais calorosa e decidida adesão de toda a população descalvadense. Prestou-se assim, merecida homenagem  “ad perpetuam memoriam” , ao descalvadense dos mais genuínos, ao médico filantrópico, coração sempre aberto aos sofrimentos, ao político de prol, em nossa comuna. O Dr. Victório Amadeu Casati era filho de João Casati e Petronilha Salomão Casati, italianos de boa cepa e de exaltável existência. Dr. Victório nasceu em Descalvado em 14 de março de 1897. Após as primeiras letras em sua cidade natal, o nosso rememorado fez seus estudos secundários no renomado Colégio de Itu e os superiores, primeiro farmácia e depois medicina  na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde se formou no ano de 1924. Estabelecido com seu consultório em nossa cidade, aqui clinicou por muitos anos, até sua morte, ocorrida no dia 21 de janeiro de 1962. Casado com D. Cinira Correa Dias Casati, desse consórcio teve dois filhos. Dr. Victório era possuidor de notável cultura médica e humanística, sendo orador brilhante. Militando em nossa política, foi Vereador em nossa Câmara Municipal, no quadriênio de 18/06/1936 a 10/11/1937, filiado, então ao Partido Constitucionalista. Vereou novamente de 01/01/1948 a 31/12/1951, filiado ao Partido Social Democrático (PSD), chegando a Presidência da Câmara em 1949. Já de 23/12/1946 a 18/03/1947, o Dr. Victório exercera, em caráter interino, o Poder Executivo local. A ação política do nosso focalizado foi das mais altas e fecundas, longe do estreito partidarismo, mas voltado toda e unicamente para os sagrados e inalienáveis interesses da comuna. A administração municipal numa iniciativa oportuna e justa, houve por bem perenizar, em via pública local e no Pronto Socorro Municipal, o nome do Dr. Victório Amadeu Casati, alma generosa, médico abalizado e boníssimo, inteligência robusta e atividade política edificante.

 MARIA ANGELA MARCOMINI

            Na Praça do Palácio do Povo, encontra-se a Herma da primeira vereadora da história de Descalvado: Maria Angela Marcomini que também deu seu nome àquela praça. Nascida em Descalvado, no dia 23 de novembro de 1946, filha de Otávio Marcomini e Maria Mattia Marcomini, foi a primeira mulher a ser eleita vereadora com 383 votos pelo PMDB nas eleições de 1.996. Tomou posse em 1º de janeiro de 1.997, integrando a Comissão de Orçamento e Finanças da Câmara. Não chegou a cumprir seu mandato, vindo a falecer no dia 5 de junho de 1.997 com 50 anos de idade. Além de vereadora, Maria Angela teve uma participação ativa na comunidade católica descalvadense, integrando-se a vários movimentos. Amante da música, participou de coraes e foi instrutora da primeira fanfarra feminina de Descalvado.

 MONSENHOR JOSÉ CANÔNICO

             Ao lado da Igreja Matriz encontramos a Herma do Monsenhor José Canônico. Nascido em Rio Pomba, Minas Gerais em 30 de dezembro de 1.913. Veio para o estado de São Paulo ainda criança com 4 anos. Freqüentou o Seminário Diocesano de Campinas, onde cursou o Ginásio e Filosofia. Na capital de São Paulo, com a inauguração do Seminário Central do Ipiranga, cursou Teologia. Foi ordenado presbítero na Catedral da Campinas, por Dom Francisco de Campos Barreto, em 5 de dezembro de 1.937. Veio para Descalvado, tomando posse como Pároco no dia 22 de setembro de 1.946, função que ocupou até o ano de 1.997.

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